terça-feira, 26 de maio de 2009


Às 08.00 eu estava no aeroporto internacional de Sydney. Morta de cansaço. Mais uma vez achei um carrinho dando sopa e soquei minhas coisas, sentei no chao para assistir mais Friends. Eram 08.10, e o check in só começaria às 09.30h! E o vôo decolava com destino a Auckalnd, na Nova Zelandia às 12.20. Quando vi uma muvuca nas imediações do local do check in, fui logo pra fila. E já comecei a ouvir português pra todo lado. Sentindo-me em casa! A empresa é a tristeza falida dos Hermanos, agora administrada pelo governo Argentino, Aerolineas Argentinas. Mais uma vez estava precupada com o excesso, agora bem menor, mas ainda com medo de ter que pagar outra fortuna. Meu agente tinha me falado que eu poderia ter 2 malas com 23kg cada. Mas, como ele é mau informado, tive motivos para celebar! Como em todas as outras empresas que voam pro Brasil, quando este é o destino final do passageiro , temos direito a duas malas de 32kg (o que mata os europeus de inveja)! Ou seja, nada de problemas. Na fila fiquei amiga de Fernando, um goiano que veio apenas passear e viajar pela Austrália por 6 semansas e uma brasileira patética que reclamava de tudo e que nem o nome eu quis saber! Os aviões da Aerolineas são do tempo de Santos Dummond, e a comida é horrorosa, mas muuuuuito ruim mesmo. Pra se ter uma idéia, até cinzeiro ainda tem no avião.
E o atendimento é qualquer coisa. E olhe que estou com a Austrália como parâmetro, o que e vergonhosos se comparado ao Brasil. Mas, como os hermanos gostam de ser campões em tudo, ganham até no péssimo atendimento. Fernando estava ao meu lado e conversávamos sobre a Austrália quando a aeromoça passa perguntando se queríamos mais “nchdhdhsa”. Isso foi o que consegui entender. Franzi a testa e perguntei em inglês o que ela tinha a oferecer. A burucutu repetiu em um espanhol ininteligivel a mesma coisa ncjdhndvjnvjvjs. Sem saber o que era, recusei e Fernando aceitou. E o docinho de gente volta com uma garrafa de 2 litros de coca cola, mas sem copo. Ao perceber que Fernando não tinha um copo, ela não fez cerimônia. Estivu os braços até minha cadeira (a segunda do corredor), pegou o MEU COPO, onde havia tomado um suco, encheu de coca e colocou na mesinha DELE! Eu fiquei tão estupefata com a cena que nem consegui reagir, ele idem. E depois ela virou as costas e saiu leve e faceira! Caímos na gargalhada de tão absurdo que foi aquilo.
Depois de umas 4h30 de vôo, cheguei à Nova Zelandia. Peguei todas as minhas malas, me virei até a area externa, onde entrei numa van que me levaria ao backpack que estava reservado, no Centro. Tudo limpinho e organizado, larguei as malas no quarto e fui bater perna! Me empolguei toda quando enxerguei um restaurant brasileiro quase na esquina do hotel “ Samba Cafe”, fui correndo ver o menu. Mas, estava fechado. E era o único restaurante fechado na rua inteira! Ô povo preguiçoso. Todos os restaurantes de kamikazes estavam abertos. Jantei num all you can eat barbecue koreano. Sozinha, me diverti bastante! A foto do restaurante é aquela lá em cima!

O início do retorno à Pátria Amada!

Voltei! Agora me forçando a colocar pelo menos um texto por dia! Não mais abandonarei meu humilde espaço....não que tenha feito falta a alguém, mas me faz muita falta...preciso colocar as idéias e sentimentos pra fora, ou explodo! Então, até ter dinheiro pra pagar minha terapia, cá estarei eu diariamente postando alguma besteira. Hoje volto para o primeiro mês do ano, e começo a relatar minha viagem de volta.

Quinta-feira, 22 de janeiro, às 18.30, chego ao Aeroporto domestic de Perth para começar minha trajetoria de volta pra casa. A ficha ainda não caiu, a idéia de que, após cerca de 1 ano e sete meses estou indo embora não me causa nehum sentimento que de ainda tinha o que fazer ou que queria ficar mais. Sinto-me pronta pra voltar. Valeu a pena cada minuto da experiência, it’s time to move on. Chego cedo demais para o vôo que apenas partia às 00.45. Mas, precoupada com meu excesso de bagagem para a parte doméstica do itinerário e sem ter muito o que fazer, chegar tão cedo não foi nenhum problema, muito pelo contrário, foi a melhor opção. Peguei um carrinho que tinham largado no portão de embarque (os carrinhos de aeroporto aqui são pagos, o aluguel custa $4.00), e organizei toda a mudança do Garcia no carrinho. Sento-me numa cadeira ao lado de uma tomada, ligo o computador e começo a assistir Friends, gargalhando sozinha dos episódios que já vi mais de 10 vezes. Estava sozinha num aeroporto quase deserto na area da barata Virgin Blue. Os terminais de atendimento estavam desativados porque entre o horário que cheguei e o do meu vôo não tinha nada pra acontecer. Ou seja, estava literalmente sozinha! Observo um rapaz chegar aparentemente também cedo demais para seu vôo, o balcão para check in estava fechado. Ele larga as coisas dele na cadeira ao lado da minha e sai andando sem falar nada. Eu pensei: me lasquei, só pode ser um bomba ou esse homem é maluco de largar tudo assim nem pedir que eu “passasse o olho”! Minutos depois ele volta, senta e fica inquieto. Aí puxo papo, também tava a toa.

O nome do meu amigo era Mike, muito gente boa e extremamente prestativo. Conversamos um pouco e convidei ele pra assistir Friends comigo, o assunto acabou depois de 3 frases e eu queria voltar pra minha diversão. Então, pra não ser muito tosca, convidei ele a passar o tempo como eu estava fazendo. Ele prontamente topou e se aprumou na cadeira ao lado! Assitimos a 3 episódios e demos boas gargalhadas. Ele iria pegar o mesmo voo que eu pra Sydney, e ainda faltavam 4h para o mesmo decolar. Como meu vôo era domestico, e não parte do vôo internacional, que so começaria em Syndey, eu so poderia ter 23 quilos de bagagem. E quando coloquei as minhas belezinhas na balança no check in, uma estava com 30kg e a outra com 27kg, for a a bagagem de mão, que deveria ter no máximo tolerável 7kg, e estava com quase 12kg! Como mike so tinha 10kg, ofereceu-se para “receber” 14 quilos de presente do meu excesso. Ainda assim, tive que pagar o resto. Mas, feliz com o retorno, isso nem tirou meu bom humor.

Decolamos para Sydney no vôo desconfortavel, lotado e sem comida. Se quiser, tem que pagar, assim é a Virgin Blue. Fui na cadeira do meio, literalmente espremida entre um gordo, muito gordo e uma Indiana que roncava. Resultado, não preguei o olho. Foram quase 4h de viagem e com mais 3h de fuso entre Perth e Sydney, cheguei às 07.15, o vôo no fim das contas chegou mais cedo. Peguei minhas malas e tinha que trocar de aerporto, ir pro internacional. Mike disse que era no caminho dele e que não se importava em facilitar minha vida, já que eu nao tinha idéia de como fazer essa troca de terminal. Existe um serviço de trem e um de onibus, mas em horários especificos, e como tinha muito mais do que posso carregar, a carona do taxi foi muito bem vinda. Até fiquei meio receosa, de aceitar a carona de um rapaz que apenas conheci no aeroporto. Mas, lembrei que estava na Austrália e poderia ficar mais tranquila! Quando chegamos ele me deu o cartão, disse que se divertiu vendo Friends e que desse notícias de que cheguei bem, e que se precisasse de algo, não hesitasse em ligar. Olho o cartão e descubro que Mike é Policial Federal Australiano! E no começo fiquei com medo de ele me sequestrar e levar minhas malas. Cabeça de brasileiro, duvida e desconfia, depois relaxa, mas ainda desconfiando.