De maneira heróica e sofrida, a nova geração do volei masculino derrotou a Sérvia, em casa, e conquistou o oitavo título da Liga Mundial. O título, que poderia ser apenas mais um, banal e lugar comum pro volei masculino brasileiro, a maior hegemonia mundial na categoria, é, na verdade, a prova de que renovamos sem perder a essência, literalmente. A essência de campeões.
A Confederação Brasileira de Volei faz um trabalho com as bases que poderia, e deveria, ser um exemplo para tantas outras. Isso trouxe para a seleção principal novos nomes, grandes nomes (sem o trocadilho por conta da altura dos garotos), e ganhamos mais uma liga sem nos darmos conta de que Marcelinho, Gustavo, Dante, etc não estavam mais lá.
Na verdade, 9 dos 14 jogadores debutaram em Liga Mundial, com o pé direito. Esse foi o sétimo título na Liga sob o comando de Bernardinho, igualamos a Itália que também tem oito. Da base, vieram 12 dos dos 14 que subiram ao pódio, e passaram com sucesso pelas nossas seleções de formação.
Já chegam com determinação e brio, aguentaram com frieza a partida sob a intimidação de 22 mil pessoas na capital, Belgrado. Venceram por 3 sets a 2, com brilho!
Fechou-se um ciclo de campeões olímpicos e mundiais. Mas, não estamos sem perspectiva. Veio outro, renovado e competente. E lá está o Brasil no topo do pódio mais uma vez! Não canso de me orgulhar do volei nacional, que não dá "caruara" e mesmo quando perde, algo raro, o faz com garra e luta.
terça-feira, 28 de julho de 2009
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Os times brasileiros precisam ser mais argentinos!
Por mais estranho que soe a frase acima, é exatamente isso que vai permitir aos times brasileiros o sucesso nas finais disputadas contra os hermanos, principalmente na Libertadores, objeto de desejo de 10 entre 10 clubes nacionais. Os brazucas precisam aprender a lidar com os ânimos e brios dos argentinos, manter o equilíbrio, auto-confiança, raça, jogar com eficiência e objetividade. Caso contrário, continuaremos na freguesia dos Hermanos.
Os números oficiais provam um massacre dos argentinos quando enfrentam brasileiros nas finais de Libertadores. Em 50 edições do torneio, 12 finais foram Brasil x Argentina, e eles levaram a melhor 9 vezes, ganhamos apenas 3: Santos contra o Boca Juniors, em 63, Cruzeiro contra o River Plate, em 76, e São Paulo contra o Newell's Old Boys, em 92. Isso representa 75% de aproveitamento. Os argentinos no total têm 22 títulos, quase 50% de toda a Libertadores, contra 13 de times brasileiros.
Nos últimos 10 anos, 8 finais contaram com times brazucas, ganhamos apenas 3, sendo que duas foram disputadas entre brasileiros, ou seja, nem se quiséssemos a taça iria para outro lugar. O São Paulo derrotou o Atlético Paranaense em 2005 e foi derrotado pelo Internacional em 2006. Das 8 finais, 4 foram levadas por argentinos, sendo 3 pro famigerado Boca Juniors. Por sinal, o Boca deve sempre torcer para chegar à final com um time brasileiro. Dos 6 títulos do clube de Maradona e Riquelme, 4 são presente nosso. Apanharam Cruzeiro, Santos, Palmeiras e Grêmio. Apenas o Santos conseguiu levar a taça numa final contra o Boca. Também, não poderia ser diferente, considerando que time era “O Time”, de Pelé e companhia, em 63, e teve na final uma das melhores atuações da carreira do Rei.
Pois bem, já mostrei através dos números todos os argumentos que provam que time argentino não chega à final da Libertadores a passeio, nós sim. O que falta aos times daqui? Ser um pouco mais argentino. O povo argentino é extremamente auto-confiante, chega a ser abusado nesse aspecto, eles juram e acreditam piamente que são as melhores coisas do mundo, os melhores em tudo. E trazem isso pro futebol. Se acreditar é o primeiro passo, eles estão no caminho certo.
Essa pose dos hermanos permite que eles joguem “sabendo” que são os campeões, com atitude de campeão. São tranqüilos, catimbeiros, sabem como desestruturar qualquer brasileiro, irritar, mexer com os brios, são frios, raçudos, orgulhosos. A final de quarta-feira entre Cruzeiro e Estudiantes retrata muito bem isso. Eles, tranqüilos mesmo nos poucos minutos em que estiveram atrás no placar. O Cruzeiro, em casa e com a torcida cantando o tempo todo, nervoso, caindo na briga que eles tentavam arrumar a qualquer custo. Conseguiram o que buscavam. O Cruzeiro apagou, e não contou com a sorte (que está ao lado dos campeões). Ramires, craque do time, decisivo, normalmente tranqüilo, sumiu no jogo. Eu jurava que ele tinha saído de campo pra beber água e ficado no banco descansando. Não disse pra que veio. Os outros? Idem, tirando Kleber que lutou muito.
Então, seguindo os números, os times brasileiros precisam aprender a jogar como jogam os argentinos nas finais da Libertadores. Com garra, auto-confiança e postura de campeão. Mas, o recado é apenas pros clubes, porque nossa seleção canarinho coloca os hermanos no chinelo em qualquer estatística. Não tem catimba que mude isso. Mas os times daqui precisam melhorar, porque derrotar um argentino, não tem preço!
Os números oficiais provam um massacre dos argentinos quando enfrentam brasileiros nas finais de Libertadores. Em 50 edições do torneio, 12 finais foram Brasil x Argentina, e eles levaram a melhor 9 vezes, ganhamos apenas 3: Santos contra o Boca Juniors, em 63, Cruzeiro contra o River Plate, em 76, e São Paulo contra o Newell's Old Boys, em 92. Isso representa 75% de aproveitamento. Os argentinos no total têm 22 títulos, quase 50% de toda a Libertadores, contra 13 de times brasileiros.
Nos últimos 10 anos, 8 finais contaram com times brazucas, ganhamos apenas 3, sendo que duas foram disputadas entre brasileiros, ou seja, nem se quiséssemos a taça iria para outro lugar. O São Paulo derrotou o Atlético Paranaense em 2005 e foi derrotado pelo Internacional em 2006. Das 8 finais, 4 foram levadas por argentinos, sendo 3 pro famigerado Boca Juniors. Por sinal, o Boca deve sempre torcer para chegar à final com um time brasileiro. Dos 6 títulos do clube de Maradona e Riquelme, 4 são presente nosso. Apanharam Cruzeiro, Santos, Palmeiras e Grêmio. Apenas o Santos conseguiu levar a taça numa final contra o Boca. Também, não poderia ser diferente, considerando que time era “O Time”, de Pelé e companhia, em 63, e teve na final uma das melhores atuações da carreira do Rei.
Pois bem, já mostrei através dos números todos os argumentos que provam que time argentino não chega à final da Libertadores a passeio, nós sim. O que falta aos times daqui? Ser um pouco mais argentino. O povo argentino é extremamente auto-confiante, chega a ser abusado nesse aspecto, eles juram e acreditam piamente que são as melhores coisas do mundo, os melhores em tudo. E trazem isso pro futebol. Se acreditar é o primeiro passo, eles estão no caminho certo.
Essa pose dos hermanos permite que eles joguem “sabendo” que são os campeões, com atitude de campeão. São tranqüilos, catimbeiros, sabem como desestruturar qualquer brasileiro, irritar, mexer com os brios, são frios, raçudos, orgulhosos. A final de quarta-feira entre Cruzeiro e Estudiantes retrata muito bem isso. Eles, tranqüilos mesmo nos poucos minutos em que estiveram atrás no placar. O Cruzeiro, em casa e com a torcida cantando o tempo todo, nervoso, caindo na briga que eles tentavam arrumar a qualquer custo. Conseguiram o que buscavam. O Cruzeiro apagou, e não contou com a sorte (que está ao lado dos campeões). Ramires, craque do time, decisivo, normalmente tranqüilo, sumiu no jogo. Eu jurava que ele tinha saído de campo pra beber água e ficado no banco descansando. Não disse pra que veio. Os outros? Idem, tirando Kleber que lutou muito.
Então, seguindo os números, os times brasileiros precisam aprender a jogar como jogam os argentinos nas finais da Libertadores. Com garra, auto-confiança e postura de campeão. Mas, o recado é apenas pros clubes, porque nossa seleção canarinho coloca os hermanos no chinelo em qualquer estatística. Não tem catimba que mude isso. Mas os times daqui precisam melhorar, porque derrotar um argentino, não tem preço!
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Coisas assim, só na política!
Acho que só, e somente só, a política pode nos proporcionar susto e desprezo através de cenas nunca antes imaginadas, alianças anteriormente tidas como absurdas e defesas fervorosas de “novos amigos”, que até recentemente eram adversários políticos. Enfatizo que apenas política nos proporciona isso porque mesmo no futebol, com seu mundo milionário, cheio de interesses, egos e estrelas, há limite, bom senso. Pouco, mas há. Mesmo quando as convicções e preferências são deixadas de lado por um jogador, por receber uma oferta tentadora ele parte para defender o time rival, está claro que aquilo é trabalho. Muitos nem comemoram um gol marcado contra o time que o revelou, ou onde estava até outro dia. E no caso dos jogadores de futebol é realmente trabalho. Eles vivem disso. Profissão: jogador.
O político está político, tem uma outra formação, veio de algum lugar. Apenas está ali, ocupa um cargo por determinado período, e depois é novamente submetido à aprovação popular que decide se ele merece permanecer ali, ou não. O problema é que eles não querer largar esse osso. Hoje todos restringem suas atuações, alianças, obras, atividades e discursos a algo que lhes fortaleça e garanta a permanência no poder. Não pensam simplesmente em trabalhar com respeito, empenho e dignidade defendendo os interesses dos que lhe colocaram no poder, o que com certeza lhes daria, por merecimento, a permanência no cargo. Eles passam quatro, ou oito anos, arquitetando como se reeleger, conquistar outro mandato, ficar mais forte para a disputa de novos cargos, crescer sempre. Todos com telhado de vidro são pouco incomodados pelos adversários, e mesmo quando são, é por interesse e conveniência. As defesas e discursos também têm segundas intenções. São raras as exceções a esta regra.
Em nome da permanência no poder abrem mão de seus ideais, da sua história, digo até de sua dignidade, e se submetem a qualquer coisa. Pode parecer contraditório, mas eles agem assim, mesmo que essas atitudes lhe custem a admiração ou credibilidade junto aos que lhes colocaram onde estão.
Trabalham tanto para construir uma imagem, surgem com a promessa de fazer diferente, e caem no comodismo, nas graças do poder.
O presidente Lula, fenômeno mundial de mídia, se encaixa bem neste perfil. O que é muito triste. Eleito depois de três tentativas, Lula foi visto como o trabalhador que merecia uma oportunidade. Batalhou para chegar à presidência, e em 2002, na quarta candidatura, elegeu-se. Eleito pelo cansaço, falta de esperança e crença do povo nos políticos, na política, o sindicalista nordestino que vinha de baixo era, talvez, a nossa última tentativa de ver dar certo. De ver algo diferente. A eleição foi uma atitude ousada. Sem os vícios, com um diferente ponto de vista, Lula foi eleito, fez história. É o brasileiro que mais vezes candidatou-se à presidência, cinco no total, perseverança? Acho que apenas pra chegar lá. De fato, o fruto de um grande trabalho. Mas, infelizmente não é um trabalho que converge dentro da expectativa dos que aprenderam a admirar sua história e luta. Alguém que se acreditava ter os mesmos ideais, valores acima de tudo. O que com certeza seria um suficiente ponto de partida para fazer história no mundo da política.
Mas, a história que Lula faz é outra. E hoje parei para escrever esse pequeno desabafo por ter visto, não pela primeira vez, uma cena que machuca, mas mostra muito bem como é este mundo, como ele dá voltas. Lula estava, num dos seus fervosos discursos no interior do Nordeste, vestido de vermelho, a cor do partido que ajudou a fundar (e afundar). O detalhe desta cena estava no fundo do palanque, sentado, de maneira discreta, com um sorriso simples de quem admirava e ouvia com atenção o discurso do presidente.
Era ninguém menos que o senador, e ex-presidente Fernando Collor de Melo. Ex-presidente cujo afastamento foi fortalecido pelos mesmos discursos inflamados e fervosos do então sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva, que enchiam de esperança todo um país. E os 300 picaretas? Se multiplicaram, ganharam novos membros. Adversários em outros tempos, Lula e Collor são agora colegas de palanque, flagrados tranquilamente em abraços calorosos que damos apenas em grandes amigos. Apóiam-se. Talvez representem bem a decepção em tempos diferentes. Por isso digo que nem mesmo as trocas de time mais esdrúxulas feitas pelos jogadores de futebol são capazes de nos decepcionar e espantar tanto quanto as viradas do mundo político. Até porque, sei que tem jogador que jamais vestiria certas camisas, por maior que fosse a oferta. Você consegue imaginar o Rogério Ceni beijando o escudo do Corinthians? Zico com a camisa do Vasco? Que nada...coisa assim, só na política!
O político está político, tem uma outra formação, veio de algum lugar. Apenas está ali, ocupa um cargo por determinado período, e depois é novamente submetido à aprovação popular que decide se ele merece permanecer ali, ou não. O problema é que eles não querer largar esse osso. Hoje todos restringem suas atuações, alianças, obras, atividades e discursos a algo que lhes fortaleça e garanta a permanência no poder. Não pensam simplesmente em trabalhar com respeito, empenho e dignidade defendendo os interesses dos que lhe colocaram no poder, o que com certeza lhes daria, por merecimento, a permanência no cargo. Eles passam quatro, ou oito anos, arquitetando como se reeleger, conquistar outro mandato, ficar mais forte para a disputa de novos cargos, crescer sempre. Todos com telhado de vidro são pouco incomodados pelos adversários, e mesmo quando são, é por interesse e conveniência. As defesas e discursos também têm segundas intenções. São raras as exceções a esta regra.
Em nome da permanência no poder abrem mão de seus ideais, da sua história, digo até de sua dignidade, e se submetem a qualquer coisa. Pode parecer contraditório, mas eles agem assim, mesmo que essas atitudes lhe custem a admiração ou credibilidade junto aos que lhes colocaram onde estão.
Trabalham tanto para construir uma imagem, surgem com a promessa de fazer diferente, e caem no comodismo, nas graças do poder.
O presidente Lula, fenômeno mundial de mídia, se encaixa bem neste perfil. O que é muito triste. Eleito depois de três tentativas, Lula foi visto como o trabalhador que merecia uma oportunidade. Batalhou para chegar à presidência, e em 2002, na quarta candidatura, elegeu-se. Eleito pelo cansaço, falta de esperança e crença do povo nos políticos, na política, o sindicalista nordestino que vinha de baixo era, talvez, a nossa última tentativa de ver dar certo. De ver algo diferente. A eleição foi uma atitude ousada. Sem os vícios, com um diferente ponto de vista, Lula foi eleito, fez história. É o brasileiro que mais vezes candidatou-se à presidência, cinco no total, perseverança? Acho que apenas pra chegar lá. De fato, o fruto de um grande trabalho. Mas, infelizmente não é um trabalho que converge dentro da expectativa dos que aprenderam a admirar sua história e luta. Alguém que se acreditava ter os mesmos ideais, valores acima de tudo. O que com certeza seria um suficiente ponto de partida para fazer história no mundo da política.
Mas, a história que Lula faz é outra. E hoje parei para escrever esse pequeno desabafo por ter visto, não pela primeira vez, uma cena que machuca, mas mostra muito bem como é este mundo, como ele dá voltas. Lula estava, num dos seus fervosos discursos no interior do Nordeste, vestido de vermelho, a cor do partido que ajudou a fundar (e afundar). O detalhe desta cena estava no fundo do palanque, sentado, de maneira discreta, com um sorriso simples de quem admirava e ouvia com atenção o discurso do presidente.
Era ninguém menos que o senador, e ex-presidente Fernando Collor de Melo. Ex-presidente cujo afastamento foi fortalecido pelos mesmos discursos inflamados e fervosos do então sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva, que enchiam de esperança todo um país. E os 300 picaretas? Se multiplicaram, ganharam novos membros. Adversários em outros tempos, Lula e Collor são agora colegas de palanque, flagrados tranquilamente em abraços calorosos que damos apenas em grandes amigos. Apóiam-se. Talvez representem bem a decepção em tempos diferentes. Por isso digo que nem mesmo as trocas de time mais esdrúxulas feitas pelos jogadores de futebol são capazes de nos decepcionar e espantar tanto quanto as viradas do mundo político. Até porque, sei que tem jogador que jamais vestiria certas camisas, por maior que fosse a oferta. Você consegue imaginar o Rogério Ceni beijando o escudo do Corinthians? Zico com a camisa do Vasco? Que nada...coisa assim, só na política!
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