Velha Infância

Minha família é grande, ou melhor, enorme, lotada de gente! Meus pais têm, cada um, 9 irmãos. Calculem ai uma média de 2 ou 3 filhos de cada tio, considerando que a maioria dos primos já têm seus respectivos pimpolhos, e que minha avó materna já é tataravó, quanta gente tem na minha família. Em 2000, juntamos toda a família materna em Franca-SP, para o aniversário de minha avó, Mariana. Como estão todos espalhados, foi uma farra rever todo mundo, e ouvir os comentários de tios e primos mais velhos na ocasião referentes à minha pessoa, que eles tinham visto ainda pequerrucha! e todos diziam: você, quando era pequena, (ainda sou, eu sei!!) falava pelos cotovelos, uma sinceridade....tão engraçadinha (acho que não queriam dizer outra coisa)
Pois bem, ouvindo os relatos e as risadas, pude ter certeza de que minha mãe e tias mais próximas não mentem quando falam que eu era uma garotinha atrevida, intrometida e que lhes causou alguns constrangimentos na vida, não que eu tenha parado de fazê-lo.
Relembrando um:
Diz minha mãe que quando eu tinha uns 6 anos, fomos parasitar por alguns dias em Aracaju, onde estava uma amiga de infância de minha mãe, Tia Mizé (tia também para mim, já que tenho poucas), passando férias. Pois bem, ficamos hospedados no apartamento da Tia Mizé, que ficava num prédio de uns 4 andares, de escada. Acho que o dela era no segundo andar.
Eis que eu vejo uma mudança chegando no prédio e resolvo acompanhar de perto a movimentação, sempre fui muito enxerida e curiosa, não lembro se coloquei isso também lá no início! Abri a porta, peguei um banquinho e fiquei assistido a passagem dos móveis da nova inquilina, e comentando. "Cruzes, quanta coisa velha". "Coitada mãe, ela so tem tranqueira". "Como é que traz essas coisas horrorosas para uma nova morada?". Quando minha mãe se deu conta do que eu estava fazendo, correu, me recolheu do meu assento e fechou a porta, sob meus protestos, claro! Aí, ela vacilou e lá fui eu acompanhar e comentar a mudança da criatura novamente.
Que menininha, viu?